Mundo
Guerra na Ucrânia
Financiamento Europeu. Paulo Rangel afirma que é "semana decisiva" para a Ucrânia
"Esta é uma semana decisiva no que se refere ao apoio à Ucrânia". Paulo Rangel admite que esta pode ser uma semana importante ou desiludir bastante no que se refere ao apoio da União Europeia à Ucrânia.
Ainda não há acordo sobre a forma de ajudar e só deve ser alcançado na cimeira de chefes de estado e de governo que começa na quinta-feira.
Em cima da mesa estão todas as possibilidades: usar os ativos russos congelados ou fazer um empréstimo conjunto em nome dos 27.
O ministro dos negócios estrangeiros admite mesmo uma solução mista.
O difícil acordo sobre como apoiar a Ucrânia
Os ministros dos negócios estrangeiros tentam avançar no acordo para usar os bens russos congelados para apoiar Kiev. Paulo Rangel diz que seria importante para a Ucrânia e para a própria União Europeia.
“Esta é uma semana que para a Europa pode ser muito importante e também pode desiludir bastante, porque evidentemente que isso dá uma grande autonomia à Europa e a própria Ucrânia, porque lhe dará um balão de oxigénio de vários anos, seja para o esforço militar, seja para o esforço, digamos, financeiro, administrativo e até de futura integração.
Para mim, é claro, é que isso tornaria a União Europeia um ator que estava a mudar um pouco as regras do jogo, especialmente o equilíbrio de forças”.
Na quinta-feira os chefes de estado e de governo vão ter que decidir entre usar os bens russos congelados, depositados na Bélgica, ou fazer um novo empréstimo conjunto. Hungria e Eslováquia não aceitam nenhuma das possibilidades sendo que o empréstimo exige unanimidade mas a utilização dos bens russos pede maioria. Está tudo, ainda em cima da mesa.
“Mas pode haver soluções mistas que combinem os dois esquemas de financiamento que estavam previstos eventualmente, ou que repousem mais em garantias nacionais.
“Eu continuo com esperança e Portugal trabalhar para isso, para que nós consigamos chegar a um acordo substancial sobre o plano inicial, que é o de utilizar os ativos imobiliários russos com garantias para os países que ficariam numa situação menos confortável, designadamente a Bélgica, mas não é o único”
O Presidente do Conselho Europeu admite prolongar a cimeira pelo tempo que for preciso até que exista uma solução para Kiev.
Começará na quinta, é certo, e, portanto, sem dia ou hora para terminar.
Ucrânia na NATO sim ou não?
O Ministro dos Negócios Estrangeiros considera que se o acordo de cessar-fogo incluir que a Ucrânia não possa aderir à NATO isso não deve ser visto como uma derrota.
Paulo Rangel insiste na necessidade de garantias de segurança para que fique bem clara a posição de defesa da Ucrânia porque se assim não for, diz o ministro, nada vai parar Putin.
“Portugal apoia um futuro alargamento da NATO à Ucrânia, mas eu sempre achei que essa poderia ser uma solução que, não sendo viável, podia ser substituída por outras as garantias de segurança.
E sinceramente, se isso for, até acho que é altamente provável que seja, um ponto importante das negociações, isso não deve ser visto como nada de dramático, nem sequer como uma derrota negocia.
Considero que é um ativo que está em cima da mesa e que é usado para pôr ou tirar consoante as negociações evoluam.
E se houver uma alternativa de segurança, estarei satisfeito com isso
É evidente que nada vai parar Putin, se nós não dermos uma resposta séria. Ninguém tenha ilusões sobre isso.
A Rússia não será, digamos, detida e com certeza que vai continuar a tentar ampliar o seu território e a sua esfera de influência”.
A adesão da Ucrânia à União Europeia
Em Bruxelas, onde participa na reunião de Ministros dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel admite ainda que adesão da Ucrânia à União Europeia dificilmente poderá acontecer em 2027.
A hipótese foi incluída no acordo que os Estados Unidos apresentaram a Kiev, mas o ministro diz que essa data será improvável até por causa dos critérios de adesão.
“Uma coisa é nós falarmos numa aceleração, outra coisa nós falamos em 2027, São coisas diferentes, porque isso seria uma hiper aceleração. Portanto, é evidente que não é plausível, não é provável que em 2027 estivéssemos em condições de fazer essa integração.
Mas Portugal, com este Governo, no discurso de posse, mostrou se altamente favorável à adesão da Ucrânia. Significa que nós reconhecemos não apenas a necessidade de olhar para os critérios de mérito, que evidentemente têm de estar em cima da mesa, mas também para a importância geopolítica da entrada da Ucrânia.
Eu não acho que isso seja uma coisa feita nas costas da União Europeia. Porventura não está ainda a ser feita à frente.
Mas repare, hoje os líderes europeus estarão com os negociadores. Portanto, isto é uma conversa que está sempre em curso, diria eu”.
A Relação com os Estados Unidos
O Ministros dos Negócios Estrangeiros considera que para Portugal as relações com os Estados Unidos são essenciais.
O documento sobre segurança que foi apresentado por Washington provou várias reações na União Europeia.
Paulo Rangel diz que Portugal tem noção das mudanças mas não vão abdicar da relação com os Estados Unidos.
“Evidentemente que esse documento causou alguma perturbação, para não dizer inquietação, em muitas chancelarias europeias e na própria União Europeia.
Mas, como se sabe, Portugal é um país atlântico e para nós a relação com os Estados Unidos é uma relação muito importante.
Isto não significa que, quer a União Europeia quer o nosso país, não olhem para as mudanças geopolíticas e, obviamente, adaptem a sua política externa a essas circunstâncias.
Agora, Portugal é um país atlântico. É o país mais ocidental da Europa. Evidentemente que, para nós, a relação com os Estados Unidos é fundamental.
E ninguém pense que nós vamos abdicar de ter uma boa relação com os Estados Unidos”.
Poderá haver adiamento no acordo com o Mercosul?
A poucos dias da assinatura do acordo de comércio com o Mercosul, a França admite pedir o adiamento.
Paulo Rangel considera que seria uma má opção não avançar com a concretização deste acordo que Portugal sempre defendeu.
O Ministro diz seria uma decisão com riscos no posicionamento da União Europeia entre as potencias comerciais.
“Eu acho que (suspender a assinatura do acordo com o Mercosul) tem riscos, sinceramente.
Porque se a União Europeia quer dar um sinal – seja às outras grandes potências económicas globais, os Estados Unidos e a China – de que tem uma política diferente e de que tem uma política própria que pode influenciar o curso da economia mundial, evidentemente que o livre comércio é o caminho.
Portugal está a defender isto desde o início, mas agora que estamos realmente com um quadro negocial sobre a mesa, com cláusulas de salvaguarda que claramente vão ao encontro daquilo que a França e até um outro país tinham pedido, sinceramente, eu acho que seria mau, muito mau para a União Europeia não ser capaz de assinar este tratado agora. Mas enfim, veremos”.
A assinatura do acordo de comércio com o Mercosul está marcada para o dia 20, no Brasil.
Em cima da mesa estão todas as possibilidades: usar os ativos russos congelados ou fazer um empréstimo conjunto em nome dos 27.
O ministro dos negócios estrangeiros admite mesmo uma solução mista.
O difícil acordo sobre como apoiar a Ucrânia
Os ministros dos negócios estrangeiros tentam avançar no acordo para usar os bens russos congelados para apoiar Kiev. Paulo Rangel diz que seria importante para a Ucrânia e para a própria União Europeia.
“Esta é uma semana que para a Europa pode ser muito importante e também pode desiludir bastante, porque evidentemente que isso dá uma grande autonomia à Europa e a própria Ucrânia, porque lhe dará um balão de oxigénio de vários anos, seja para o esforço militar, seja para o esforço, digamos, financeiro, administrativo e até de futura integração.
Para mim, é claro, é que isso tornaria a União Europeia um ator que estava a mudar um pouco as regras do jogo, especialmente o equilíbrio de forças”.
Na quinta-feira os chefes de estado e de governo vão ter que decidir entre usar os bens russos congelados, depositados na Bélgica, ou fazer um novo empréstimo conjunto. Hungria e Eslováquia não aceitam nenhuma das possibilidades sendo que o empréstimo exige unanimidade mas a utilização dos bens russos pede maioria. Está tudo, ainda em cima da mesa.
“Mas pode haver soluções mistas que combinem os dois esquemas de financiamento que estavam previstos eventualmente, ou que repousem mais em garantias nacionais.
“Eu continuo com esperança e Portugal trabalhar para isso, para que nós consigamos chegar a um acordo substancial sobre o plano inicial, que é o de utilizar os ativos imobiliários russos com garantias para os países que ficariam numa situação menos confortável, designadamente a Bélgica, mas não é o único”
O Presidente do Conselho Europeu admite prolongar a cimeira pelo tempo que for preciso até que exista uma solução para Kiev.
Começará na quinta, é certo, e, portanto, sem dia ou hora para terminar.
Ucrânia na NATO sim ou não?
O Ministro dos Negócios Estrangeiros considera que se o acordo de cessar-fogo incluir que a Ucrânia não possa aderir à NATO isso não deve ser visto como uma derrota.
Paulo Rangel insiste na necessidade de garantias de segurança para que fique bem clara a posição de defesa da Ucrânia porque se assim não for, diz o ministro, nada vai parar Putin.
“Portugal apoia um futuro alargamento da NATO à Ucrânia, mas eu sempre achei que essa poderia ser uma solução que, não sendo viável, podia ser substituída por outras as garantias de segurança.
E sinceramente, se isso for, até acho que é altamente provável que seja, um ponto importante das negociações, isso não deve ser visto como nada de dramático, nem sequer como uma derrota negocia.
Considero que é um ativo que está em cima da mesa e que é usado para pôr ou tirar consoante as negociações evoluam.
E se houver uma alternativa de segurança, estarei satisfeito com isso
É evidente que nada vai parar Putin, se nós não dermos uma resposta séria. Ninguém tenha ilusões sobre isso.
A Rússia não será, digamos, detida e com certeza que vai continuar a tentar ampliar o seu território e a sua esfera de influência”.
A adesão da Ucrânia à União Europeia
Em Bruxelas, onde participa na reunião de Ministros dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel admite ainda que adesão da Ucrânia à União Europeia dificilmente poderá acontecer em 2027.
A hipótese foi incluída no acordo que os Estados Unidos apresentaram a Kiev, mas o ministro diz que essa data será improvável até por causa dos critérios de adesão.
“Uma coisa é nós falarmos numa aceleração, outra coisa nós falamos em 2027, São coisas diferentes, porque isso seria uma hiper aceleração. Portanto, é evidente que não é plausível, não é provável que em 2027 estivéssemos em condições de fazer essa integração.
Mas Portugal, com este Governo, no discurso de posse, mostrou se altamente favorável à adesão da Ucrânia. Significa que nós reconhecemos não apenas a necessidade de olhar para os critérios de mérito, que evidentemente têm de estar em cima da mesa, mas também para a importância geopolítica da entrada da Ucrânia.
Eu não acho que isso seja uma coisa feita nas costas da União Europeia. Porventura não está ainda a ser feita à frente.
Mas repare, hoje os líderes europeus estarão com os negociadores. Portanto, isto é uma conversa que está sempre em curso, diria eu”.
A Relação com os Estados Unidos
O Ministros dos Negócios Estrangeiros considera que para Portugal as relações com os Estados Unidos são essenciais.
O documento sobre segurança que foi apresentado por Washington provou várias reações na União Europeia.
Paulo Rangel diz que Portugal tem noção das mudanças mas não vão abdicar da relação com os Estados Unidos.
“Evidentemente que esse documento causou alguma perturbação, para não dizer inquietação, em muitas chancelarias europeias e na própria União Europeia.
Mas, como se sabe, Portugal é um país atlântico e para nós a relação com os Estados Unidos é uma relação muito importante.
Isto não significa que, quer a União Europeia quer o nosso país, não olhem para as mudanças geopolíticas e, obviamente, adaptem a sua política externa a essas circunstâncias.
Agora, Portugal é um país atlântico. É o país mais ocidental da Europa. Evidentemente que, para nós, a relação com os Estados Unidos é fundamental.
E ninguém pense que nós vamos abdicar de ter uma boa relação com os Estados Unidos”.
Poderá haver adiamento no acordo com o Mercosul?
A poucos dias da assinatura do acordo de comércio com o Mercosul, a França admite pedir o adiamento.
Paulo Rangel considera que seria uma má opção não avançar com a concretização deste acordo que Portugal sempre defendeu.
O Ministro diz seria uma decisão com riscos no posicionamento da União Europeia entre as potencias comerciais.
“Eu acho que (suspender a assinatura do acordo com o Mercosul) tem riscos, sinceramente.
Porque se a União Europeia quer dar um sinal – seja às outras grandes potências económicas globais, os Estados Unidos e a China – de que tem uma política diferente e de que tem uma política própria que pode influenciar o curso da economia mundial, evidentemente que o livre comércio é o caminho.
Portugal está a defender isto desde o início, mas agora que estamos realmente com um quadro negocial sobre a mesa, com cláusulas de salvaguarda que claramente vão ao encontro daquilo que a França e até um outro país tinham pedido, sinceramente, eu acho que seria mau, muito mau para a União Europeia não ser capaz de assinar este tratado agora. Mas enfim, veremos”.
A assinatura do acordo de comércio com o Mercosul está marcada para o dia 20, no Brasil.